Dados de um relatório divulgado pelo Banco Mundial, nessa segunda-feira (7), indicam que o número de pessoas vivendo abaixo da linha de extrema pobreza no País reduziu, saindo de 5,4% em 2019 para 1,9% em 2020.
Em números totais, a redução foi de 11,37 milhões para 4,14 milhões de pessoas no período. Ou seja, 7,23 milhões de pessoas saíram dessa situação entre 2019 e 2020. O levantamento mostra ainda que essa redução de 3,5% da taxa brasileira foi a maior de toda a América Latina no mesmo ano.
“O Auxílio Emergencial surgiu em um momento crítico, quando muitas pessoas ficaram impossibilitadas de trabalhar em função da pandemia. A falta de renda atingia de maneira muito mais grave quem já vivia em uma situação de vulnerabilidade social. O recurso oferecido pelo Governo Federal foi fundamental para mais de 68 milhões de pessoas no Brasil e em especial para quem vivia em situação de extrema pobreza”, diz o ministro da Cidadania, Ronaldo Bento.
Além de aumentar o valor mensal pago pelo programa anterior, o Auxílio Emergencial também ampliou o público apto a receber a transferência de renda. O recurso foi disponibilizado a 68,3 milhões de brasileiros, resultado de um investimento de R$ 354,6 bilhões. No caso de mulheres provedoras de família monoparental, ou seja, sem cônjuge e responsável por ao menos uma pessoa menor de 18 anos, o valor era dobrado, totalizando R$ 1.200 por mês. Foram cinco parcelas em 2020, estendidas posteriormente por outros quatro meses.
Em 2021, o Auxílio Emergencial entrou em uma nova etapa, sendo pago até outubro. No mês seguinte, teve início o atual programa de transferência de renda do Ministério da Cidadania, o Auxílio Brasil. A iniciativa integra várias políticas públicas de assistência social, saúde, educação, emprego e renda.
Na última folha de pagamento, de outubro, o benefício atingiu o recorde de 21,13 milhões de famílias contempladas, a partir de um investimento de R$ 12,8 bilhões. Do total de lares beneficiados, 17,2 milhões, ou 81,5%, são chefiados por mulheres.
Metodologia
O relatório do Banco Mundial mostra que o Brasil teve a maior redução da extrema pobreza em toda a América Latina em 2020. O estudo foi feito a partir de uma atualização dos métodos utilizados para medir a renda e a pobreza ao redor do mundo. As estimativas são usadas pela ONU para acompanhar o progresso dos países com foco na meta de erradicar a extrema pobreza até 2030.
No último mês de setembro, o valor da linha de pobreza mudou de US$ 1,90 para US$ 2,15, refletindo uma mudança nas unidades em que o Banco Mundial expressa seus dados de pobreza e desigualdade (de dólares internacionais dados em preços de 2011 para dólares internacionais dados em preços de 2017). Com a nova metodologia, as estimativas de pessoas em extrema pobreza saíram de 8,7% para 8,4% em 2019 ao redor do mundo. O levantamento do BID mostra ainda que essa redução de 3,5% da taxa brasileira foi a maior de toda a América Latina no mesmo ano
O que é extrema pobreza
Segundo o Banco Mundial, a extrema pobreza, ocorre quando as pessoas recebem até US$ 2,15 por dia, cerca de R$ 11. A série histórica do relatório teve início em 1980, e em 1990 a extrema pobreza atingia 24% da população brasileira. Em 2019, era de 5,4%. Com a adoção do benefício federal na pandemia, a taxa da extrema pobreza teve uma queda acentuada, atingindo a marca de 1,9%¨em 2020.
Fonte: Ministério da Cidadania