Estudo projeta cenário de crescimento econômico com a eventual entrada do Brasil na entidade e impactos semelhantes obtidos pelo Chile após o ingresso, em 2010.
A eventual acessão do Brasil à Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) deverá resultar em crescimento do Produto Interno Bruto per capita brasileiro. Estudo publicado nesta quarta-feira (29) pelo Instituto de Pesquisa Econômica aplicada (Ipea) projeta melhorias nos indicadores econômicos do país semelhantes às obtidas pelo vizinho Chile, que apresentou crescimento econômico acima da média na América Latina, após o ingresso em 2010, além de aumento no investimento externo direto (IED) e fluxo de comércio internacional.
O levantamento utilizou dados do Banco Mundial para realizar diversos exercícios econométricos e também analisou os impactos econômicos verificados na Estônia, Eslovênia e Israel após o ingresso na OCDE. O diagnóstico conclui que economias menores tendem a crescer mais rápido se comparadas aos países desenvolvidos. Além disso, a pesquisa destaca que a organização apresenta tendência favorável para a entrada de países em desenvolvimento, desde que eles atendam às recomendações de boas práticas, como reformas estruturais e políticas de desenvolvimento econômico para o bem-estar social.
Os resultados apresentados no estudo foram analisados pelos pesquisadores Ignácio Tavares e Fernando Ribeiro, coordenador de Estudos em Relações Econômicas Internacionais. Na avaliação dos autores, a melhoria dos indicadores econômicos ocorrida no Chile sugere um cenário positivo para o crescimento da economia brasileira, caso o ingresso se confirme. “O fortalecimento da agenda de integração junto a países desenvolvidos poderá impulsionar o crescimento do PIB brasileiro. Os resultados obtidos não só pelo Chile, mas também pelos últimos países que aderiram, reforçam essa possibilidade e tendência positiva”, observa Ribeiro.
A pesquisa mostra que o Brasil é, atualmente, o país não membro da OCDE com maior grau de adesão aos instrumentos normativos e que participa do maior número de comitês da organização. Em 2017, o governo brasileiro solicitou formalmente o ingresso na OCDE, um passo importante para o país aproximar suas regulamentações para os setores público e privado de instrumentos da OCDE já adotados em nações desenvolvidas. A OCDE conta com 38 integrantes, dos quais Chile, México, Colômbia e Costa Rica são os representantes da América Latina.
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Fonte: IPEA